O medo dos dois lados da viagem

A novidade dos aplicativos do transporte tem suas vantagens, mas também apresenta riscos para passageiros e motoristas.

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Por Enzo Labre

Aplicativos de transporte como Uber, 99 Pop e Cabify inovaram o modo de se locomover pela cidade. As corridas realizadas por aplicativos são a escolha principal de muitas pessoas. Porém, no início de sua implementação no Brasil, o primeiro deles, o Uber, sofreu duras críticas por parte de motoristas de táxi que alegavam que o aplicativo não tinha regulamentação e, por isso, seu funcionamento seria ilegal. Em Curitiba, o Uber foi regularizado e passou a funcionar, oficialmente, no dia 18 de março de 2016, portando ferramentas de segurança. Mesmo assim, o medo ainda acomete passageiros e motoristas.

Sua casa contra o crime

O Coronel da reserva da PMPR Roberson Luiz Bondaruk estudou como o planejamento de cidades e até mesmo de casas pode prevenir a ação de criminosos

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Por Vinícius Fin

Roberson Luiz Bondaruk, Coronel da reserva da PMPR, completou 37 anos de serviço em segurança pública, sendo 36 deles na função de comandante geral da corporação. Também comandou a Academia Policial Militar do Guatupê, atuando como diretor de ensino. Desenvolveu 22 publicações na área de segurança. O trabalho de maior repercussão resultou no livro “A Prevenção do Crime através do desenho Urbano”. O principal tema de estudo do Coronel foi na área de  “Arquitetura contra o crime”, que visa o desenvolvimento urbano sustentado em segurança pública. “Quando iniciei os estudos, haviam poucos escritos policiais, eram geralmente manuais militares, ou psicólogos/ sociólogos falando do trabalho da polícia”, conta o Coronel.

Quanto custa o seu medo?

O que é considerado problema para alguns, pode ser fonte de renda para outros

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Por Giovanna Fantinato

Cercas elétricas, câmeras de monitoramento, grades nas janelas, portões, carros blindados e vigilantes noturnos. É cada vez mais comum a presença de equipamentos de segurança nas casas de grandes cidades. O aumento de notícias alarmantes a respeito dos índices de violência em diversas regiões do país anda de mãos dadas com o crescimento da sensação de medo e insegurança da população.

Assédio moral e o ciclo do medo: o medo de sofrer e o medo de passar por retaliação após denunciar

87% dos trabalhadores que já sofreram algum tipo de assédio não denunciaram

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Por Luísa Menegatti

Muitas das “brincadeirinhas”, como pegar no pé, expor de forma desagradável, e outros comportamentos que um chefe às vezes apresenta, podem significar algo mais sério: o assédio moral. Muitas vezes invisível, o assédio, seja moral ou sexual, está presente no cotidiano dos trabalhadores brasileiros. De acordo com uma pesquisa do Vagas, 52% dos profissionais já sofreram algum tipo de assédio. O dado mais preocupante vem em seguida: 87,5% dos que já sofreram assédio não denunciaram.

Eleitos pelo medo

As eleições de 2018 ficaram marcadas pela eleição de candidatos que fizeram suas campanhas em cima de pautas de segurança pública, um reflexo de uma população que busca soluções rápidas para a violência

[foto de capa: Charge de Ivan Cabral, 2015]

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Por Luana Lopes

O Brasil teve uma mudança significativa na composição do Poder Legislativo nas eleições de 2018, marcado pelo fortalecimento do conservadorismo. A Câmara dos Deputados, por exemplo, passou pela maior renovação em 20 anos, com destaque para o PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, que elegeu 51 candidatos. Atualmente, o partido conta com apenas 8 representantes na Câmara.

A linha tênue entre o medo e a fobia

O medo humaniza e até certo ponto é fundamental, “constitutivo” da pessoa humana. Mas como impedir que medos “comuns” se tornem fobias?

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Por Laís Adriana e Cláudia Santos

Do palhaço ao casco de navio, uma coisa é certa: todos sentimos medo. Em pequenas doses, essa sensação auxilia a lidar com situações de risco iminente, preparando o corpo para se defender ou fugir. Em medida exagerada, o medo pode se tornar fobia, também chamada de transtorno fóbico, uma espécie de medo acentuado na presença ou suposição da situação que causa ansiedade em grau elevado.

Seguro fertilidade

Criopreservação mantém congelados projetos, sonhos e possibilidades

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Por Filipe Andretta

Fabiana Gabriel garante que nunca sonhou em formar uma família cheia de crianças correndo pela casa: “posso ter, como posso não ter, e tudo bem”. O que lhe dá alguma tranquilidade quanto à hipótese de se tornar mãe, mesmo depois dos 40, é um conjunto de seis óvulos guardados a uma temperatura de aproximadamente 200 graus negativos.

Foi aos 35 anos que a jornalista pensou em recorrer à criopreservação – técnica de congelamento de células ou tecidos biológicos. Ela recebeu como um alerta a notícia de que amigas um pouco mais velhas já não tinham obtido sucesso no tratamento hormonal que precede a extração de óvulos.

Medo do vizinho

Desenvolvimento de bairros privados, condomínios fechados e  ausência de praças para lazer e encontros, além de uma manifestação contra o exercício da cidadania e convivência social. Será que estamos com medo do outro?

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Por Álvaro M. Pino Coviello

Curitiba é uma cidade quase perfeita. Esta declaração pode parecer arrogante, mas é a percepção que muitos migrantes que escolheram viver nela têm. A cidade tem um design urbano impecável: as atividades cotidianas não são concentradas no chamado “centro”, e sim distribuídas em diferentes bairros. Não tem contaminação ambiental de maneira crítica, não possui taxas de poluição preocupantes, não apresenta contaminação visual com seus cartazes publicitários; as confeitarias e bares em geral não são invasivos, muitos deles estão camuflados em grandes casas e chalés que podem ou não ser um restaurante – são mais parecidos com a arquitetura de uma casa. Tem um serviço de ônibus urbano que é modelo mundial para ter corredores rápidos – o que evita criar canais subterrâneos – e a sinalização de suas ruas é combinada com a dos bairros, permitindo uma melhor orientação.

O fantasma do urso vermelho

Como uma elite atrasada, um discurso oportuno e um caminhão de desonestidades intelectuais reviveram a ameaça comunista

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Por Manuel Valdes

As eleições brasileiras de 2018 trouxeram muita coisa à tona. O brasileiro, que um dia pôde pensar no futuro, decidiu voltar por completo seus olhos para o passado. A saudade de um tempo em que a paz e a prosperidade supostamente reinavam no país tomou conta do imaginário popular – claro, escondida sob a asa do conservadorismo. Essa ideia parece ter se implantado na cabeça de 58 milhões de camaradas: o país já foi livre e feliz, mas nos últimos 15 anos a grandeza verde-amarela foi por água abaixo. Tudo por causa dos malditos vermelhos.

Gestão urbana popular do medo e da violência

Nessa entrevista pingue-pongue, o antropólogo comenta a relação da cidade com as temáticas de medo e violência – da periferia ao grande centro, abordando através das especificidades as consequências e desdobramentos desses fatores até sua percepção ao cenário político atual.

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Por Carolina Ghilardi

José Guilherme Cantor Magnani teve uma longa trajetória de formação. Cursou Ciências Sociais pela UFPR, no ano de instauração da Ditadura no país, 1964. Conseguiu terminar a graduação, mas optou por sair do Brasil após ser condenado pela lei de segurança nacional, em razão de militância no movimento estudantil. Foi para o Chile, onde iniciou os estudos em sociologia na pós graduação pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO). Presenciou o golpe militar no Chile, e teve que se mudar para a Argentina, onde atuou como pesquisador na FLACSO. Voltou para o Brasil e ingressou na Pós Graduação em Ciências Humanas da USP, onde hoje é Professor Titular do Departamento de Antropologia, do Programa de Pós-graduação em Antropologia Social e coordenador do Núcleo de Antropologia Urbana.